sábado, março 03, 2012

A alma dele, Deus.


Não é por frescura não, Deus. Não é por vaidade não, Deus. É que assim, eu consigo ver a alma que me pertence ali, logo ali., aberta sobre meus olhos, Deus. Eu consigo tocá-la, Deus. Ali, com todas as janelas abertas para mim. Bem ali, iluminada pela luz que vem das minhas janelas abertas, Deus. Ah, Deus, é como se eu pudesse tocar algo intocável, Deus. Ah, e é tão mágico, Deus. Acho que Tu consegues ver meu ser todo resplandecer Deus. Ah, Deus, é tão linda a alma dele. É tão pura Deus, mesmo pelo tanto de batalhas que tivera que passar. É tão linda, Deus. E eu quero continuar vendo-a. Eu quero continuar tocando-a. É isso, Deus. Só por isso. Eu poderia contemplá-la o dia todo, Deus. Sabe, Deus, é tão lindo como todos os meus problemas somem quando eu a toco. Minha alma fica tão florida, e solta. Minhas janelas se escancaram tão exacerbadamente, se é que ainda é possível. É tão linda Deus. Tão linda, Deus. Tão minha, Deus. Deixa eu contemplá-la sempre, Deus. Pra sempre. Só por enquanto eu viver, pode ser Deus?! Depois, mantenha-as -janelas-, abertas, deixa-as iluminar outras almas, Deus. Mas, só por enquanto eu viver, deixa-as me iluminar somente, Deus. Não é por frescura não Deus, é que assim, eu posso senti-las em mim. É tão linda a alma dele, Deus.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Uma maratona


Ela não sabia para onde, e em que lugar levaria a estrada sem rumo, aparentemente. A escuridão aparentemente a sufocava, a respiração falhava. No entanto, a ânsia de ir a algum lugar, a encorajava a ir mesmo sem saber para onde. O relógio da vida, estava andando para trás, as pessoas retrocediam pausadamente para as origens, de onde não deveriam nunca terem saído. Ela caminhava na direção oposta, de olhos fechados, coração aberto, pulsação a mil, cabelos a misturar-se com a neblina. Sonhos a fazê-la tropeçar, por medo de pula-los. Medo de capa vermelha a sondava ao de som uma música assustadora. Ela tentava olhar as pessoas, e se perguntava porque não passavam de borrões, e porque insistiam em tomar a decisão errada. A vida não esperava. Ampulheta no topo, areia a espatifar-se no outro ângulo, sem piedade, sem tempo a perder, sem pressa à voltar. A vida se ia, a cada grão de areia que se movia naturalmente. Ela corria, com medo de não ter tempo suficiente. As pessoas não se importavam. Ofegante, sem visão alguma. Parou. Respirou fundo. Uma voz lá fundo repetia, num fio de voz, rouca, ao mais baixo sussurro: "É uma maratona, querida. Vence o melhor, o mais rápido." Ela não queria vencer. Só queria viver. Tinha sede, e fome. Almejava à vida, queria vivê-la. E a cada grão de areia transcorrida, tudo parecia insignificante. Tudo rodava, e ela ali, intacta, atordoada, sem rumo, perdida, sem fala, sem saber o que fazer, sem ninguém, de olhos fechados. Foi quando abriu os olhos, e fitou a escuridão do quarto, iluminado por um fio de sol frio, com um olhar de sono. O relógio marcava sete em ponto. E a maratona?! E a estrada sem rumo?! E o relógio ao contrário?! E as pessoas?! Ela não se lembrava de nada, só sabia que estava atrasada, precisava chegar logo, o chefe a esperava, a promoção a aguardava, a vida a aguardava?!  Mal ela sabia que a vida era uma maratona. A maratona era dentro dela mesma. Ela estava perdida. Sem saber que caminho tomar, e para onde ela seria levada dentre os caminhos que andava tomando. Não. A vida não a aguardava. A areia escorria sem piedade, ou pressa para retroceder. As pessoas não se importavam para o caminho que tomava, o que somente as interessavam era a direção que precisavam caminhar. O relógio da vida está retrocedendo, voltando, e ninguém está interessado em fazer valer a pena, os últimos grãos de areia. O sol está se pondo, e lá se vai a vida. A vida está sendo muito, ou talvez pouco, pelo tanto de promessas, e contadíssimo tempo. Os sonhos estão ficando no papel, e os papéis do balanço da empresa estão sendo despachados o mais rápido possível, pois estamos em fim de mês. Os sorrisos estão reprimidos no peito, enquanto o cachorro clama por um carinho. As viagens foram adiadas. As músicas acabaram. Os amigos se esqueceram. O medo venceu. As lágrimas molharam o chão. Ela tropeçou. Se machucou. A vida não valeu. O sol se pôs. E lá vem ela, com as mãos abarrotadas. Mal sabe ela que a vida acaba daqui a um segundo, e tudo que levara da vida, é nada. Mal ela sabe que não é uma maratona. Ela que faz parecer ser uma maratona. E quem vence, não é ninguém. Somente ganha aquele que menos pensa em ganhar. Somente ganha aquele que menos espera. É aquele que faz da escuridão um amontoado de estrelas, e ilumina o caminho com um feixe luz, mas que enxerga tudo. Quem ganha, é aquele que tem ânsia de viver, que vive sem sonhar com o depois. Mas sobretudo, aquele que vive a sonhar.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Hoje, não mais.

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Repito a mim mesma, cinco, dez, vinte vezes, não espere, idiota. Porque é melhor assim, sem mais. Não há decepções, mesmo que soe clichê ao extremo, é a verdade estampada, e só não vê quem não quer. E então, meu cabisbaixo coração, mesmo que esfoladíssimo tem um fio de esperança. Hipnotiza meus ouvidos, me faz ouvir sua voz na cozinha, mesmo com os fones explodindo meus tímpanos. Grita com meu cérebro que tu estás a vir, só se atrasou um pouco. Aconteceu algum imprevisto, mas estás a vir. Calma, repete meu velho e pobre coração. O cérebro, com ar de superioridade, suspira com quem dizendo "Escuta o que eu estou te falando, velhote". O pobre do meu coração baixa o olhar, ele sabe que o outro tem razão. Mas ele resolve acreditar no melhor. No entanto, nós sabemos que você não vem mais, o horário não está mais favorável, você não vem mais hoje. E tudo bem, agora. Sabe o que resulta, esses vou, sem vir?! Resulta em mensagens tipo aquela, às três da manhã. Em olhos ardentes, coração ao pó e cérebro sussurrando: Eu avisei.

domingo, janeiro 08, 2012

Day 08

Meu dia não foi o dos melhores, talvez entre para a lista dos mais chorosos, mas enfim, foi o que achei de mais interessante para se fotografar hoje.
xoxo

sexta-feira, janeiro 06, 2012