sexta-feira, dezembro 16, 2011

E será que teria algum título?!



Talvez eu devesse ser taxada de ingrata, ou mal agradecida como diria minha mãe. Eu realmente tenho passado por uma temporada de flores, segundo Leoni, é tenho. Também depois de um inverno sem cores, e lágrimas de forrar um quarto inteiro, e molhar inúmeras madrugadas frias, além de ensopar fronhas e fronhas, depois disso as coisas pareceram ter finalmente encontrado os devidos lugares. E eu suspirei de alívio, me larguei um pouco, cresci um pouco, focalizei um pouco mais, em outras coisas. Mas então, quando as estribeiras dão uma chacoalhada legal, eu me reviro, e corro sempre para o mesmo lugar. Me corroo e não digo nada. E o fato é, ninguém percebe, nem mesmo o certo alguém, mas as coisas ainda pareciam tudo sob controle. Eu dizia para eu mesma. Irônico, eu sempre me lamentando por causa das minhas impressões, com uma pontinha da minha intuição, que cá entre nós, nunca erra. E lá, ou melhor, aqui, estou eu novamente, a chorar palavras, a temer fatos, e de dedos cruzados para que o melhor ainda esteja por aí, perdido de mim, mas que sempre ainda esteja por vir. 
Eu sempre me encantei por meses de Dezembro, e pelas cores que todos eles trazem, mas este ainda não me encantou, ou sou eu que ainda não me permiti. Não adianta, não adianta. Todo mundo pode estar sorrindo, esbanjando alegria, e contando os dias para o fim destes doze meses, mas se o tal alguém não me sorri de volta, ou não faz questão de estar comigo, eu não consigo. É tão injusto isso. Com tanta gente por ai, eu não me permito sorrir, por motivo de uma só. É injusto, e o amor é uma droga. Não, eu nunca me imaginei dizendo isso do tão imaculado amor. Na verdade, eu nunca imaginei que algum dia poderia me sentir assim. Ou que o tal alguém, pudesse me fazer sentir assim. A gente faz tanta coisa, mas tanta com aquela esperançazinha de que seja recíproco, tudo recíproco. Mas, tola eu, e todo mundo que tem a tal mania de amar por completo, de sentir por completo, por se entregar por completo. Não é tudo, completamente, na verdade, é quase nada. Mas você se contenta com o pouco que recebe, ou o quase nada que se doam. Porque eu, tolíssima, me sinto bem com uns abraços, poucos, e alguns beijos corridos. Não, eu não me contento nada. Eu finjo. É finjo sim, e subo as escadas de ombros caidos, e arrastando os pés. Piscando os olhos com força, é todo mundo sabe, pra segurar o choro. É bobagem, mas eu me abalo, por mais ok, que eu pareça estar. Eu estou aos berros por dentro, explodindo a cada batida do coração, até então exuberante. Tentando entender se talvez eu não faria o mesmo, mesmo sabendo, que no final das contas, eu ainda faço a contagem regressiva pro final de semana. Mas tudo bem, eu ainda estou com os dedos cruzados, esperando um sorriso de volta.

domingo, outubro 23, 2011

Eu fico mal de mim.

Eu sou dessas que se apaixona fácil. Basta meia dúzia de palavras, algumas conversas jogadas fora, um livro em comum, e um sorriso assim, sem porque. Eu sou dessas que se entrega demais, que se envolve demais. Se apega demais. Se doa demais, se dói demais. Chora demais. Eu sou sim. Eu gosto de ser assim. Eu me calo demais, e quase não digo nada. Eu gosto de observar quando pousa os olhos em mim. E me olha comer. Sempre tive horror de quem me comer, mas de você não. Sempre fui cautelosa em comer, e não deixar derramar pra fora do prato, mas perto de você não. Sempre tive medo de não saber como fazer, mas com você não. Eu realmente não sabia que minhas narinas se abriam levemente enquanto eu rio, e não me incomodei quando você disse. Além disso, sempre tive vergonha da minha risada, mas gargalho mais alto que o comum quando você está por perto. São coisas assim, simplórias que me fazem sentir como se te conhecesse a mil anos luz. São coisas assim que me doem aqui, quando eu não posso ter o nosso fim de semana. Eu sei que você não se doa demais, que você não se permite muito. Que você é reservado. Você fala sobre tudo, exceto sobre quais são os seus pensamentos. Você não diz quase nada também, menos do que eu até. E aí a gente fica mudo, mas eu gosto de te ter por perto, mesmo que seja pra ficar mudo. Só pra ver você dormir, e resmungar enquanto sonha. Só pra saber que tá ali na sala, ou na cozinha. Só pra saber que está por perto, e que se eu gritar você ouve. Só pra saber que tá respirando aqui perto do meu pescoço. Só pra saber que o que tá fazendo. Eu gosto de te ter por perto, só pra poder deitar no seu colo, e você bagunçar meu cabelo. Só pra te ter, aqui. Eu gosto de assistir filme, como todo fim de semana, só pra te ter aqui perto. Só por saber que você tá aqui. Eu gosto de ver rir, porque sem porque alguma coisa ri aqui dentro também. Porque se eu não te tenho, como de costume, eu fico mal. Mal acostumada, mal de alma, mal de coração, mal de cabeça, mal de mim. Porque se eu não te tenho aqui, por perto, eu me perco. Se eu não te tenho aqui, eu não sei o que fazer. E eu fico mal. Mal. Chata. É, eu fico sim. 

sexta-feira, agosto 19, 2011

Os fatos, você e a bobalhona antiquada.

Porque é tão difícil seguir meus próprios conselhos?
Era um dia aparentemente normal. Acordei com o mesmo pensamento, o mesmo sorriso a estampar vez ou outra ao me pegar relembrando dos teus olhos, e da nossa sincronia a medida que caminhamos. Era um dia normal. Apesar da minha intuição sussurrar baixinho, que algumas coisas não estavam legais, resolvi não encafifar. Mesmo sabendo que eu sou daquelas, que quando encafifa não consegue pensar outra coisa, dizer outra coisa, chorar outra coisa, lamentar outra coisa. Querer resolver tudo logo. Se livrar do nó na garganta. Berrar pra Deus e o mundo, que não quer mais saber disso. Apesar de gritar, qualquer baboseira, continuei a sorrir ao cambalear até o banheiro, e pedir aos segundos que passassem logo, que o dia acabasse logo, e clamar pelo fim de semana. Afinal, você estava errado, não passam rápido. Nenhum tempo com a tua ausência é rápido. De qualquer forma, segui aos meus afazeres, imaginando você segurando minha mão. Sonhando que você estaria me esperando lá fora. Criando falas suas pra me fazer sorrir. É, pode dizer que sou uma desvairada. Antiquada, e bobalhona. Eu sou. E nasci sabendo que não estava na época certa. Que as pessoas daqui não são como eu, ou para soar melhor, eu não sou como elas. Eu não quero me apresentar, eu não quero glória, eu não quero idiotice, eu não quero folia, eu não quero bagunça, ou gritaria. Diversões e alegrias pra mim, é muito além dessas coisas que costumam ser feitas, e acabam por me causar enojamento. Reviro os olhos com desaprovação. E eu acreditava que você pensava de maneira semelhante, não igualitária. Somente semelhante. 
Segui aos meus compromissos, e então senti uma felicidade que vinha não sei de onde. Estranhei. Dei de ombros, e continuei a cantar no meu último volume. Afinal, apesar das coisas não estarem do jeito que queria que estivesse, eu tinha você, minha melhor música, e o fim de semana chegando. Fechei os olhos com força, e me esqueci de tudo que me consumia. Os meus minutos estavam contadíssimos, e sem aproximação. Exatos. E então, aquelas palavras de modo tão sem propósito algum, me contaram seus atos. E você agia como se eu não te conhecesse. Como se você fosse outro. E eu estivesse diante de um ser tão estranho que me causava náuseas, medo, e coisas do tipo. Tremi. Raiva. Insegurança. Eu sou a bobalhona, lembra? E idiota. Sem problemas. Eu sou mesmo, sou a que se cala, e não sabe o que fazer. Chorei. Isso não é novidade. Talvez você tenha percebido pelo meu tom ao telefone. Talvez tenha imaginado o modo como apertava-o com força contra meu rosto molhado. Talvez tenha me visto com os olhos cerrados, enquanto me afogava entre um soluço e outro. Minha voz falhou. Você fez aquela pausa, sua. O ar de desentendido. E não imagina como é cortante escrever isso. Me pergunto, o porquê de ainda me trancafiar em palavras se isso não alivia-me em nada. Eu também não sei qual seria a resposta certa, talvez porque as palavras são as únicas que conseguem me ouvir, ainda. Aquelas que sempre estarão aqui, sempre que eu precisar. De algum modo, isso seria tudo, ou quase tudo que de diria se você estivesse agora por perto. 
Diante dos fatos, eu descobri tanta coisa, mais tanta. Coisas que eu gostaria de não saber, de que não existissem. Talvez, diante dos fatos, você perceba que eu sou mais do que ciumenta e dramática. Mas meu caro, eu sou só assim diante dos fatos. Quando as evidencias são claras demais. Eu tenho visto um lado seu, que não me fez nada bem. Me surpreende estar escrevendo sobre isso. Não sei como consegui comer, ou dormir. Noite passada, sonhei com desavenças nossas. Dito e feito. Agora eu estou aqui, chorando palavras, e você aí não sei onde. Talvez tenha se esquecido do acontecido, também pudera, tenho me lembrado por nós dois. Nós dois. Nós dois. Dois. E qualquer que seja o que se passa aqui dentro, eu espero que passe logo. Que suma logo, que me deixe a sós, com você. E que você melhore, que eu melhore, que nós dois melhoramos. Que eu pare de chorar de vez. Porque já não aguento, coração, cérebro, e cabeça doendo. 

  P.S: são somente fatos, então especulações sobre até que ponto pode ser verdadeiro ou fajuto, a parte.    

sexta-feira, julho 29, 2011

Não há título pra isso.


Já me disseram, não sei quando. E agora me lembro, ou uma voz me diz, o fato é não faz diferença alguma. Mas, dizem que quando se está no fundo do poço não há outro caminho de volta, exceto o que te levou até lá. Pois é, e  cá estou. A recolher migalhas de palavras, e restos de lágrimas escondidas sem um motivo aparente. A migrar por tanto sentimento. E  eu nem sei o porquê de me sentir assim. Aparentemente está tudo sob controle, normal, e bem. Negativo. Eu conheço minha intuição. Não erra. Talvez se errasse fosse melhor. Há dias que as coisas vem tropeçando, pisando sobre mim, e o causador. Eu venho sentindo muito, há muito tempo. Percebo que não acredita quando afirmo que já sei de tudo, e se isso fosse o problema. Será a saudade? Ou a minha TPM? Não sei. Esse amontoado de palavras está ficando mais perdido do que eu mesma. E já fazia tempo que as coisas, as mesmas, não apertavam a ponto de me fazerem recorrer à isso. Uma onda desses "dementadores" vagam livremente pela minha pobre mente. O medo apossa-se do meu ser. Intacta permaneço com minhas poucas palavras e meu celular sem créditos. A agonia ruminando em mim. A música a mil no fundo. Lembranças ótimas a tentar alegrar me. E a intuição gritando. A minha vontade de mudar as coisas se descabelando. O meu ser se enfraquecendo a cada segundo escorrido. Os mesmos olhares desaprovadores. A vontade de sumir se contrapõe. Objeção. E a minha filosofia de vida. A falta de esperanças. O amor sacudindo-se contra mim e meu coração. Ah, que ironia, meu coração. Os olhos nem se fuzilaram por algum tempo em silêncio. Admito, ocorreu. Mas não do jeito que deveria ser. O ócio me mata. Com ajuda da saudade que com mais força afinca os dedos ossudos, e as unhas compridas contra meu pescoço frágil. Os olhos cerram-se. Entre balbuciar teu nome, clamo a Deus, por um sono longo e pesado. Sem direitos a sonhos, e livre de pesadelos. Afinal, dormir é um modo interino de morrer, como diria Machado de Assis.

domingo, julho 17, 2011

Inacreditável.


E ele estava lá. Com aquele brilho que só os olhos dele tem. E o sorriso, que de algum modo a fazia sorrir também. Um riso diferente de todos os outros que ela tem. Um que só ele sabia como arrancar. Os passos vagarosos, quase parando. Inacreditável.As pessoas ao redor não significavam nada. Apenas parasitas impedindo a transição. Ele a esperava. Com a mesma ansiedade. Com o mesmo amor. Com a mesma saudade. E o que ele deveria fazer? Abraçá-lo? Um cumprimento casual? As luzes pareciam estar se apagando. O coração descompassado. Era tão longe. Apressou o passo. Sem sucesso. Ele sorriu, novamente. Girou a perna, impaciente. Foi ao encontro dela. Nesse momento o coração, pobrezinho, quase se partia contra o peito. E o que faria? Não sabia o que deveria fazer. E então ele chegou, tão próximo, que ela jurava ter visto o fundo dos olhos. Exagero, evidente. O som do coração já era imperceptível, fora ocupado pelo fonema das palavras, jorradas pelos lábios mais lindos do mundo, pensava ela. Era a primeira vez que o via, assim, em um momento tão oportuno. Digo, sem olhares humanos desaprovadores, sem holofotes, e coisas do tipo. Depois de quase mil semanas. É claro que isso faz parte da hipérbole amorosa. E então, ele estava ali. Ela não precisaria fazer nada. Ele faria tudo. Ele estava ali, meu Deus. Inacreditável. E então um pânico, ah é claro, o pânico. Será que acordaria a qualquer momento. Será? Sentiu o fervilhar invadir o corpo todo.  Tentou se beliscar, as mãos estavam ocupadas. Mas onde estariam as mãos? Uma voz sussurrou dentro dela mesma, "deixa isso pra lá". Os olhos estavam próximos, extremamente. As mãos? Ah, num movimento involuntário, encontravam-o. E bailavam em um abraço apertado. Seguro. Dele. Um abraço dele.Ah, quanto tempo sem. Ela achava que ainda lembrava. Que ainda o sentia durante suas noites mal dormidas, banhadas em lágrimas, afogada em suas limitações. Sim, ela o sentia, mas nada comparado ao perfume que o acompanhava em um abraço real. E ficaram assim, por inúmeros segundos, minutos.A saudade, desistira de perfurar-la. E sufoca-lo. Tirou férias. Pelo menos pelas próximas horas. É claro que ela voltaria assim que  dessem aquele último abraço, que sussurraria "até a próxima". Assim que ele, voltasse as costas, e desse um adeus lindo e doloroso. É claro que voltaria. E eles foram, juntos não sei pra onde. Tão sincronizados os passos, e os dedos dele a enroscar pelos cabelos dela. E os dela a se comprimirem aos outros cinco dele. E o riso dele nela estava mais vivo do que nunca, enquanto fazia o dele suspirar.

quinta-feira, junho 16, 2011

E se fosse com um pouco mais de cor?


Por mais que eu tenha meus preceitos, vivo em crise comigo mesmo, tentando me entender, acertar meus pontos, colocar tudo em ordem, e realmente obter uma conclusão compreensiva. Sim, tenho que admitir vivo em crise com meus pensamentos, minhas opiniões, minhas reações, minhas palavras. Pois é, eu acredito em tanta coisa que o mundo e a sociedade a muito tempo deixou de saber o verdadeiro significado. Não me culpo, e modéstia a parte, vez ou outra, correndo os olhos por todos esses traços que delineiam o meu cenário, sinto orgulho em ser dessa maneira. Que culpa poderia ter eu? Os anjos quiseram assim, o destino cheio de ironia me compôs assim, e eu me permiti. Me aceitei, me transformei. Mudei, aprendi a sobreviver. Cresci.
Sabe, eu acredito que ainda existem pessoas que são capazes de amar, e isso não é só porque, ando com meu coração meio acelerado. Acredito, que música deveria ser as lágrimas da nossa alma, e não um arranjado de letras sem significado, ou com significados nada agradáveis. Deveria ser algo mais puro, algo mais lógico, com sentido, seja ele denotativo ou conotativo, é eu acredito. Acredito que família deveria ser os personagens que compõem a cena de um domingo ensolarado, deveriam ser as pessoas que ocupam todas as cadeiras da mesa, e esperam uns pelos outros. Como diria John Lenon, eu também acreditava que as pessoas seriam salvas pelo amor. Engano o meu, o amor já se perdeu em pornografias e desejos, se embraçou em palavras vagas, e ofensas. As mulheres deixaram sua valorização em baixo da cama, ou trancaram em algum cofre sem chave.A sociedade critica tudo, e todos, enquanto todos pregamos contra o preconceito, uns são mais privilegiados que os outros. Não há livre arbítrio. Os sonhos se perdem em cada cena de violência. Eu realmente acredito em tanta coisa que já deixou de existir, ou que talvez nunca tenha existido. Talvez, seja por isso que nunca me encaixo em nenhum lugar. Deve ser por isso minhas crises. Eu tento salvar o mundo do meu jeito, do jeito que acho que deveria ser. É eu acredito que deve ser por isso que vivo em crise. O mundo não me aceita, e eu não o entendo. Eu só não queria aceitar que o mundo já acabou, e o pouco que nos resta, de nada me adianta. De nada me tem proveito. Só queria uma dose a mais de glitter, um pouco mais de cor, um sorriso mais sincero, um abraço mais apertado, um sonho não muito iludido, uma lágrima mais alegre, um pouco mais de contos de fadas. Se contos de fadas não existem, é porque nos mesmos não acreditamos, porque não nos permitimos. Eu sei que isso tudo pode ser melhor. Sim, se o mundo todo acreditasse, talvez realmente seria melhor. 

sexta-feira, maio 27, 2011

Pedido de devolução


Eu acho que estou com medo de ser feliz, porque sempre que eu fico muito feliz, acontece algo de ruim. 
 Charlie Brown
Querido ________,
como redigir tais palavras? Como te dizer qualquer coisa? Não há a necessidade de me informar que estas míseras e retóricas questões podem ser feitas a qualquer outro ser, exceto você. Iniciemos do princípio, vamos à apresentação. Sou eu. Eu sei, não sabes quem sou, e eu também não sei quem és. O fato que sei, é que te conheço, conheço muito bem, a ponto de meus sonhos te conhecerem também. Afinal, acredito que foram eles que me apresentaram à você. Em alguma noite dessas tantas, em que você se divertia com seus dedos tamborilando pelo seu violão, e o som penetrava meus tímpanos, enquanto eu rabiscava linhas mudas e sem sentido. Desde quando veio com seus pertences para o lar da frente, quando abro a janela do meu canto, a vista ficou mais bela. Talvez foi a cor dos teus olhos, ou o esverdeado da sua parede. Que importa? Ficou mais belo, mais perfeito. Combinou com a minha parede branca, e o castanho morto dos meus olhos. Ah, tenho delirado com teu perfume, e o com o roçar dos teus tênis vermelhos. Tenho me concentrado demais em você, tenho lembrado tanto de tu, em meio a devaneios insignificantes, perdi-me, esqueci-me de mim. Imagino agora, aquela sua expressão de pouca importância. Faça o teste: tire o cabelo da testa, e passe a mão por ela. Prazer, estas são suas ruguinhas de expressão, está perdendo a paciência, quase rasgando meus sentimentos e palavras, jogando tudo pro alto, ou pensando em amassar tudo, e jogar no lixinho do lado esquerdo da sua cama. Ah, Deus como queria estar errada, e que tudo fosse o contrário, porém deixe-me com meus desejos e minhas pretensões de lado. Vamos ao motivo que me trouxe remeter- te esta. Imploro-te que saia dos meus sonhos. Deixe-me em paz. Desde quando chegaste, não há uma vez em que piscara meus olhos sem você estar em meio aos meus pensamentos. A Terra já não faz mais sentido. Não há mais razão as horas, os dias. Meu ser pede e clama pelo teu. Sinto a necessidade do teu sorriso. Sinto a necessidade de ficar inúmeros segundos consecutivos te contemplando. Preciso da tua presença. Meu peito palpita aceleradamente em presença do teu ser. Seu caminhar me alucina. És como droga para mim. Necessito de ver-te todos os dias. Sua voz silenciosa me aquieta.  Preciso de ti. Ah, como já pediste aos céus que me livraste deste peso. Não sei o que seja isso, e nem porque escolheste a mim. Não seio o que é amor, ou paixão. Nunca me senti de tal modo. Ah, me sinto tão estranha, e algo como lágrimas vem brotar em meus olhos, quando penso que nunca terei-te. Por isso, meu caro, imploro-te que sumas de mim. Eu preciso voltar para meus livros, e minha vida trancafiada em meus preceitos. Preciso retomar-me. Preciso das cores da minha vida. Devolva o perfume do meu ser. Devolva meu coração, afinal não me deste o teu, e sinto minha pulsação se esvaindo a cada minuto que passa. Me devolva a mim. Volte para tua vida, e deixe com a minha. Assim, pararei de criar expectativas mortas sobre tua pessoa, e retomarei minha rotina.Com todo respeito do mundo, não me perturbe mais em meus sonhos, pare de me fazer suspirar. Afinal, nem sei como te chamam, não sei teu nome. De qualquer modo, acho que deves saber que o chamo em meus escritos de "amor". Deves ser meu amor, não sei o quanto essas três palavras podem significar, mas em minhas pesquisas  constatei que é o máximo de sentimento que pode ser grafado, então, eu amo você. 
P.S: Para a devolução, coloque tudo em baixo da minha janela. Pegarei o mais rápido possível. 
Com amor, 
Eu.

segunda-feira, maio 09, 2011

Minha vida, ou algo de mesmo significado irônico.


E então me agarro aos joelhos. Sinto a lágrima correr, e a tristeza corroer por dentro, e ela faz questão de o fazer, vagarosamente, o mais devagar possível. Então a saudade, inerte, me fita sentada ao meu lado. Com as duas mãos grudadas no meu pescoço. A música me embala, e eu não posso dançar. O medo a prender meus pés e mãos. O corpo imóvel, inerte de amor. Sem poder ter a liberdade de dá-lo por completo. Por não existirem palavras suficientes, por não existirem meios disponíveis, por haver fatores mais que limitantes.Mas ele existe, eu ainda existo. E eu vou indo. Ou melhor, ficando, desse mesmo modo. Sussurrando em pensamentos, gritando em lágrimas, clamando em palavras, e fingindo em sorrisos. Tantas perguntas pairam sobre mim, e flutuam pelo meu corpo e ser, quando é que as coisas vão retomar aos seus devidos lugares? Quando é que a vida realmente terá o seu verdadeiro significado? Afinal, até então tenho existido, e nada mais. Tenho imaginado, e me confortado com o que me tem dado forças para existir. É assim que tem sido meus dias. Obscuridade total, iluminado com sorrisos passados e verdadeiros, sonhos sem esperança, e fuja fracassada da minha realidade que perfura. Os pensamentos, são os mesmos e sempre serão. Os olhos na mesma direção, mesmo que também tenha um brilho fajuto, ainda tem a mesma intensidade. Tenho me perdido em devaneios, ou coisas do tipo. Tenho falado demais, ou me calado. Venho tentando sobreviver, do meu modo, sem ninguém perceber como meu ser está desfalecido. Meu coração estilhaçado, ainda que descompassadamente retoma as batidas, vez ou outra paralisado. Por minha sorte, e razão de sofrimento, tenho meu marca-passo natural. Tenho colírio para os olhos. E eu vou indo. Não sei até onde. E a pergunta que mais me afronta talvez seja: até onde é o meu limite?

terça-feira, maio 03, 2011

E o mundo ainda gira, na mesma velocidade.


Os joelhos tocavam o chão gélido, de modo que o frio cortava-lhe nos ossos. O belo par de olhos contemplava o cadáver estendido. Ele contemplava os olhos verdes esbugalhados com a mesma ternura, a face mergulhada em uma espécie de pó mortal, era a própria morte estampada, e por alguma razão ele ainda a admirava, e via a mesma beleza. Os dedos percorriam toda a face dela, e contornavam os lábios pintados de roxo, com tons avermelhados escarlate. Sentia uma sensação desconhecida. As forças se perderam em alguma parte. A voz sumira. Agarrou-se ao corpo, frio. As lágrimas banharam. A dor. O coração partia. Lentamente. Uma faca, entrando e saindo do peito, vagarosamente. A pior das dores. O ser desfalecia. O mundo não girava mais. Os olhos nada viam, agora. A escuridão Sentia como se tivesse com as mãos atadas. A multidão se formava ao redor. Ele queria expulsá-los dali. Queria ficar a sós. Sumir, agarrado ao corpo da amada. Por que ela não ficara? Por que não esperara mais alguns segundos? Ah, se ele não tivesse voltado o rosto para ela. Se ele não a tivesse beijado. Mas a rua estava deserta, não estava? Ele se sentia culpado.   Um ser, masculino, caminhou com as pernas entrelaçadas, cambaleando. Atônito. Proferiu palavras que não cabiam na situação. Dançou sobre os próprios pés. Agachou-se no chão. Olhou, sem entender o casal. Agora morto. Ele matara, mas não se culpava. Não se lembrava. Não sabia onde estava. Dormiu, impregnando o cheiro de álcool. Ela ainda usava o vestido branco, o mesmo da mãe. A face banhada em sangue e lágrimas, do amor de sua vida. E ele, ainda balbuciava, e repetia os votos. As lágrimas, corriam, sem direção. Desfalecendo, colou seu rosto ao dela. Beijou-a. Manchou os lábios de sangue. O penteado tinha alguns fios rebeldes. A multidão aos poucos se afastava, com a mão levada a boca. O mundo ainda girava, ao mesmo tempo que a dor mortal latejava.

quinta-feira, abril 28, 2011

Garota do século errado.


"Pobre garota! É o que pensam sobre ela. Medíocre vida a dela. Tão sem graça. Enfurnada em livros, escondida entre palavras, afogada em lágrimas. Sozinha durante a escuridão noturna, perdida em pensamentos. Mergulhada em sonhos inacabados, frágil, solitária. Metida, até. E apesar de tudo, fica aí,. esbanjando esse sorriso, e ainda encontra essa alegria não sei onde. Vive esse amor proibido. Coitada. Não faz nada para mudar. Talvez tenha se acostumado a inércia, da vida. Ainda acredita em amor, e chora de coisas bobas. Sonha, e faz preces baixinhas. Acredita que mesmo com toda essa solidão, há uma chance das coisas mudarem. Tem diário. Garota ultrapassada. Utopia de vida. Como consegue viver sem Orkut, em pleno século XXI ? Preste atenção no gosto musical, ninguém ouve essas musicas, que ninguém entende nada. Maluca, se cala do nada. E algumas vezes, fala mais que o normal. Não fala palavrão. Garota medonha. Ela até que é bonitinha, se não fosse os óculos, e as espinhas. Não chama a atenção de ninguém a coitada. Mas, também, não mostra as pernas, nem usa um decote. Não toma a iniciativa, é claro que vai ficar nisso sempre. Coitada, ama aquele lá. Ama, que é isso? Não existe amor, não é? Pelo menos, não tem graça É mais interessante ter todos os garotos, ou as garotas, que quiser. Pobre garota, não sabe o que é viver. Pobre garota, a coitada que nasceu no século errado."

terça-feira, abril 26, 2011


Você pode dirigir com 16, ir para a guerra aos 18, beber aos 21, e se aposentar aos 65. Mas, qual a idade você tem que ter antes que seu amor seja verdadeiro? Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do carro e o travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu peito aquecido. A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo. Remember Me

terça-feira, abril 19, 2011

A falta que eu sinto...



É que às vezes eu sinto falta. Sinto falta de coisas que eu nunca tive, mas sei que me fariam muito bem. Bem melhor. O fato é simples, eu só sinto falta, mas à inércia permanecerá, até quando o destino enjoar.

segunda-feira, abril 18, 2011

Fajuta fuga.



Já parei pra pensar, e pensei até adormecer.Já analisei os fatos, e todas as circunstâncias, até meu estômago embrulhar, e eu sentir meu cérebro rodar. Já pensei e tentei não pensar. Já imaginei algo melhor, e tive medo de estar errada.Cruzei os dedos sussurrei, com um fio de voz, clamando pelo melhor. Ele sempre chega atrasado, ou será que nunca vem mesmo? Deve ser a tão esperada esperança, que causa a dúvida cruel. Como diria minha querida e idolatrada Clarice Lispector "esperar dói,esquecer dói.Mas não saber se deve esperar ou esquecer, é a pior das dores". Tudo verdade. Eu adoraria poder dizer o contrário, e jurar de pés juntos que ela está completamente errada. Mas, não está. Nenhum pouco.E isso dói sim, dói e a dor acaba se anestesiando. Os fatos já acontecem, e nem me surpreendem mais. Sim, eu já me acostumei com a falta de força, e falta de crença em ambos os nossos seres.E por mais que eu pensasse que não, essa pequena força pode mudar muita coisa. Ao menos em mim, me daria mais coragem, e mais fé. Já cantei para esquecer, até que a letra me lembrar outra vez, e então o pequeno latejar iniciava em alguma parte em mim. Fechava os olhos, e então escorria-se a tristeza. Já tentei ocupar o cérebro, em vão. Já tentei escrever uma ficção que mais uma vez, adoraria que fosse minha dura realidade. Já reli meu passado que eu mesma relatei,com uma pontinha de saudade, mas não o suficiente para querer voltar. Já revi fotos, e os meus registros. Quem diria, não? Ninguém imaginava, nem eu. Que diferença faz? O fato é que não há como retroceder, e eu não quero. Isso ao mesmo tempo que é a melhor das situações, que é o melhor que poderia acontecer comigo em todo o planeta, a melhor  e mais bela estrela do universo cosmológico, o melhor que eu poderia imaginar, é o que me martiriza, que lateja, pelo improvável, pelo que me prezam e me profeciam. Então, a escuridão baila pelos meus olhos, e eu penso, penso, até adormecer. E é nesse meio tempo, que os meus sonhos aparecem. Noite passada, tive um sonho bom, ótimo até que a luz do meu quarto acendeu, e eu tive que a contemplar, diretamente, e responder, mesmo que sem humor algum, seu bom dia melancólico. De qualquer forma, como diria Machado de Assis, em todos os casos "preferi dormir, que é um modo interino de morrer".

Seliiinho liindo.

Semana passada, recebi este lindíssimo selinho da Aninhaa do By My Self (http://by-my-sefl.blogspot.com/).



Adorei, de verdade. Obrigada de coração Aninhaa!

Regrinhas:
1- Dizer que foi a aninha do By My Self que fez! Ok!
2- Indicar pra blogs amigos. Indico pra todos os meus lindos seguidores, para todos que aguentam meus desabafos, minhas lágrimas escritas.
3- E responder: "O que te deixa de pernas pro ar?"

RESPOSTA:Cócegas, muitas cócegas.


Beeijos!

quarta-feira, abril 13, 2011






"Disse isto; puxou-a para si; ela resistiu um pouco, mas deixou-se ir; uniram-se os rostos, e eu ouvi estalar, muito ao de leve, um beijo, o mais medroso dos beijos."
 
"-Esqueceu alguma coisa? perguntou Marcela de pé no patamar.
-O lenço.
Ela ia abrir-me caminho para tornar à sala; eu segurei-lhe nas mãos, puxei para mim, e dei-lhe um beijo. Não sei se ela disse alguma coisa, se gritou, se chamou alguém; não sei de nada; sei que desci outra vez as escadas, veloz como um tufão, e incerto como um ébrio".
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

"Inclinou-se, olhou para o rosto sem vida, e então beijou a boca de seu melhor amigo, Rudy Steiner, com suavidade e verdade.Ele tinha um gosto poeirento e adocicado [...]. Liesel beijou-o demoradamente, suavemente, e, quando se afastou tocou-lhe a boca com os dedos".
Markus Zusak, A menina que roubava livros
13.04 Dia Internacional do Beijo






Se não fosse amor, não haveria planos, nem vontades, nem ciúmes, nem coração magoado. Se não fosse amor, não haveria desejo, nem o medo da solidão. Se não fosse amor não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você. Se não fosse amor eu já teria desistido de nós.

(Caio F.)

quinta-feira, abril 07, 2011

Só mais um desabafo dramático!


Depois de ter me afogado em lágrimas, por motivos sutis para o mundo mais  que fazem tamanha revolução em mim, que podem ser taxados de idiotas, ou puro drama, e parecer a coisa mais insignificante do mundo, eu me recuperei. Não totalmente, o suficiente para conseguir abrir os olhos, e ver algo com menos distorções, o suficiente para levantar do chão, e fechar a janela. O suficiente para mudar de posição, e diminuir os soluços. Me recuperei, em termos. Mas o pouco que consegui, me fez acreditar que existem coisas piores do que isso. Sim, existem problemas piores do que o meu, do que o seu. Aprendi que a frase "não pode ficar pior do que está", é o verdadeiro significado da mentira. Sempre há algo pior,acredite. Me recompus. Por mais doído que seja saber que ninguém, te emprestará forças, e somente você terá que buscar em algum lugar, por mais besteiras que passam na mente, por mais sozinha que esteja, me acostumei. Estou aprendendo a me doar palavras amigas, estou aprendendo que minhas lágrimas são importantes, pra mim, estou aprendendo que ninguém virá me doar um ombro amigo, ou uma palavra confortante, a não ser eu mesma. Estou aprendendo que ninguém entenderá, porque só eu que sei o que realmente é passar por isso. Me acostumei. E então, quando não aguento mais, transbordo em lágrimas, quando me sinto estranha, molho meu rosto, e sinto o gosto salgado, quando a fraqueza vem, eu choro. Não me importo por me acharam depressiva, ou dramática, eu choro, e choro sozinha, e me recomponho sem ajuda alheia. Não preciso da piedade e compaixão de ninguém, porque eu já sei que sem nada disso, cedo ou tarde a sensação estranha passa, o fé escorre pela garganta. E pronto, eu estou pronta, até a próxima vez. E pela milésima vez, eu estarei sentada ao pé da cama com o travesseiro absorvendo minha tristeza, ou colada a porta, com a luz apagada, estarei vendo os soluços se sufocarem com o chuveiro, e as lágrimas cairem pelo vapor. Eu estarei sim. E ficarei até quando achar que devo. Só reproduzindo uma frase que me marcou, que levarei como filosofia de vida, que mostrou como devo ser egoísta, e dramática:
"- Deixa chorar."
Obrigada!

sexta-feira, abril 01, 2011

Unfortunately, me.


Eu só me sinto deslocada. Incomum. Extraterrestre. Diferente.Estranha. Só sinto que sou a única, nesse mundo todo. Só eu sou assim. Escondida atrás de livros, perdida entre palavras, e olhos minúsculos  escondidos, por um par de óculos, mais comum em idosos. Eu sou a única, eu sei.

terça-feira, março 29, 2011

Pode ser...


Pode ser o céu, ou talvez só o tempo. Pode ser a prova, ou as quatro horas que fitei milhões de palavras, e quase arranquei meus cabelos. Pode ser a bronca que recebi como resposta ao meu bom-dia.Pode ser o café, ou a barra de cereal, pode ser a interminável tarefa, pode ser a preocupação. Pode ser a música, ou a voz do cantor. Pode ser a beleza da garota do clip, com o belo par de óculos, e olhos azuis, com nariz definido e cabelo mais do que liso, que me passa a estranha sensação de que estão cheirosos. Pode ser a inércia da minha vida, pode ser a roupa, as vozes, as minhas obrigações. Pode ser esta cidade. Pode ser o cheiro, ou o que tem mistura pro jantar. Pode ser meu celular, ou sei lá o que.Pode ser esse sermão.Pode ser a crítica em tudo que faço, e que acaba me fazendo triste, e me envergonha, tentando mudar meu jeito de ser. Pode ser tanta coisa, e pode ser nada. Eu só acordei assim, e meu dia terrível, contribuiu para o sumiço da minha voz. Enterrada no fundo do peito, ou estampada entre os lábios, mas que não sai. Fica aqui, ou lá. Muda. E eu não sinto falta, não mesmo. Eu só não quero me olhar no espelho. Cansei de ficar vendo meus defeitos. Deixe-os aqui. E só me restam, minúsculos dias, não tem como fugir do que me aguarda. Não estou afim de outro sermão às seis da manhã. O fato é, estou cansada de sempre a mesma coisa. E então querida vida, pegue me nas mãos, sujas, e grandes. Sou um fantoche do meu destino. Rendo-me, estou aqui, abraçada aos joelhos, e segurando lágrimas.Fingindo esse sorrisos, e irradiando felicidade fajuta.

sexta-feira, março 25, 2011

Quem sabe seja só um gosto nostálgico.


E eu não sei o porquê, mas me bateu uma sensação estranha. Cansaço? Ou será tristeza mesmo? Eu achei que já estava acostumada a milhões de sentimentos, todos juntos, misturados, e incompreensíveis. Achei que já tinha aprendido a lidar comigo, a me entender. Achei que isso não voltaria mais. Engano meu. Completamente enganada. Uma dúzia de palavras, sarcásticos sorrisos, falta de respostas, ausência, dia diferente do que eu estou acostumada. Talvez, falta do que eu já não sei o que é não ter. Ah, droga de esperança. E então, pronto. milhões de lembranças doem,e nem são tão antigas assim. Mas, então por que parecem tão solitárias e distantes? Insignificantes? Talvez, seja só um pouco de nostalgia. Eu não sei o que é. Não sei mesmo. Sei que estou sentindo que minha alegria está se esvaindo. E então o tempo corre, matando minhas esperanças. Odeio sumiço repentino. Irônico, as horas se arrastaram durante o tempo que tive vago, e agora, por que apertaram o passo? Acho que foi de propósito. Quem sabe, talvez tenha sido bom! Amanda, aprenda de uma vez por todas. É o que os fatos, todos juntos, e sincronizados, parecem sussurrar em coro. Juntamente com o espelho que me aponta todos os defeitos, interiores e exteriores. Por que? São tantos os "porques" que eu tenho em mente agora. Os meus olhos já penicam.Tento guardar as lágrimas. Não é uma boa hora para se afogar nelas. Mas tudo é tão sufocante, e terrível. Odeio quando perco de vista. Odeio quando meus olhos não encontram. Por que? Dia ruim? Eu também tive. E ele demora ainda pra acabar. Solidão, completa. Nada a declarar. Jogo de palavras, perdidas e mudas. Assim como os lábios que sumiram. Devia já ter me acostumado  com tais. É tão parte do pacote. Mas, mesmo assim, me preocupa, me abate, e acarreta isso tudo aí, desenhado e colorido de preto e branco, contornado de cinza fraco. Droga, eu já devia ter me acostumado.O fim é sempre o mesmo.O medo, com voz fininha, grita "mas e se você se acostumar, e o fim for outro?" É, não sei de nada. E amanhã, não vai ser como sempre, assim como hoje. Isso, fim das esperanças. Tempo esgotado, morte de todas elas. Me resta tomar banho, e me desligar daqui, me esconder nos meus livros, fugir de música, encher a cabeça com outras coisas. Mesmo sabendo ser impossível. Mais uma súplica, querido ser, acabe de uma vez por todas com essa sensação tenebrosa, e arrepiante. Exatamente do jeito que sabes, infelizmente, é o único ser, que sabe como.

quarta-feira, março 23, 2011

Mais conhecida como inveja...


Porque não importa onde você esteja, sempre vai haver alguém que gostaria de estar no seu lugar.

You might feel better!




Você alguma vez dançou
Na chuva ou agradeceu o sol
Apenas por brilhar
Apenas por brilhar, ou o mar?
Oh não, você levou isso tudo
No mundo é um show e é
Você parece muito melhor
Parece muito melhor, quando você brilha.

Sister Hazel




"Pense antes de falar, há coisas que não mudam só porque você pede desculpas"
Charles Chaplin

quinta-feira, março 17, 2011

Eu, assassina.

Arrasto-me, esfrego meus pés ao chão, o barulho penetra-me nos ossos. Sinto a adrenalina esvaindo-se pelos poros, juntamente com o suor, que cola a blusa branca ao meu corpo, escorre pelas pontas dos dedos.Os olhos pesados, quase colados, os lábios mudos e perdidos. Exteriormente.Ah, ninguém pudera ver-me interiormente.O sangue bailava pelas veias azuis ou verdes, mergulhando-se e impregnando a vermelhidão por todos os dedos, ao longo do corpo.O riso tocava ao fundo, a um som de vitória que tinia, uma melodia orgulhosa.Sentia meu ser vivo, com o seio palpitando alegria. Caminhava entre os órgãos as lembranças, o momento em que apertei o gatilho, e quando enterrei a faca em meio ao peito numeroso. Os meus olhos brilhavam, a medida que os dela se fechavam, cansados, e as pálpebras iam se colando. Ah, o meu riso iluminou a escuridão, e o último sopro de ar saiu pelos lábios mudos, e enfeitado com as quatro operações. E então, desmontou-se totalmente. Jogados foram ao chão, números e mais números, uns empilhados sobre os outros, depois vieram os sinais, misturados com os inteiros, os reais, e tantos outros.Em meio a tudo isso perdeu-se o ciclo trigonométrico, com todos os senhores Senos, Cossenos e amante deles, senhora Tangente, e os respectivos filhos, ângulos em suas respectivas moradias, bairros, ou melhor quadrantes. Como a ordinária, e velha rabugenta Matemática, conseguia guardar tanta coisa? O fato é guardava, agora não passa de um amontoado de números perdidos, e outras coisas insignificantes.
Diante do tribunal, aguardo minha sentença. Sem arrependimento algum.Os meus olhos abrilhantam uma maldade, do bem. Afinal, fora um bem, comum. Perdoem-me caros entes queridos dessa antiga assombração,amantes compulsivos de números, e suas contas incompreensíveis, que antes, durante muitos e muitos dias queimaram meus crânio, perfumando meus fios de cabelos com cheiro de queimado.Que arrancou meu sono, com os olhos abertos, e imaginando como conseguiria manipular minha atenção, e trapacear minha nota.Não importa mais, eu consegui. Assassinei a matemática. Eternamente morta, enterrada em algum lugar. Não muito longe, mas onde as palavras estão vestidas de princesas, e a Língua Portuguesa é rainha, e vive aos cuidados de escravas negras, a ortografia e a gramática. Lá está a velha Matemática, morta,coberta de flores vermelhas,e brancas pintadas com o marrom da terra. O cadáver branco e gélido, é motivo de riso para todos. Inclusive à mim.

terça-feira, março 15, 2011

Selinho.

Recebi esse selinho lindo da linda Helen do blog Menina Segredos (http://meninasegredos.blogspot.com/).
Obrigada, de coração.


REGRAS:
1. Me conte um segredo: 
Adoro tomar banho e take a nap com o rádio ligado.

2. O que é valioso pra você:
Deus, minha família, amigos,meu diário, a biblioteca da escola.

3. Escreva uma frase:
"Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela" Charles Chaplin

4. Dedique àqueles que sempre comentam nos posts:
Ah, eu vou dedicar à todos que dançam por aqui. Ou não. Aos meus seguidores. Todos eles, aos que comentam ou não. Sintam-se a vontade para tomarem posse.

BEIJO,BEIJO!

segunda-feira, março 07, 2011

Devaneio 1001





O cabelo escorria-lhe pelas costas, os fios castanhos quase encaracolados ofuscavam a luz amarela, que fraquinha iluminava o chão o quarto. O corpo permanecia imóvel, os olhos pregados. Sentia o sangue correndo-lhe nas veias.Então, o riso veio pintar-lhe a face. Pôs-se a conter a lágrima, mas ela sempre soube que esse era um trabalho involuntário do corpo.Os dedos contornavam os lábios superiores, enquanto os dentes superiores, marcavam os inferiores. Essa troca de inferiores, a fez lembrar da mistura de vozes, e os olhares sentidos. De súbito, queria levantar-se dali, e correr contra o tempo. Quem sabe ainda não poderia reviver tudo outra vez? Lá fora a chuva caía dolorosamente. Era quase possível sentir as gotículas tocar-lhe a pele. Mas, ela não sentia mais nada, além do gosto que ficara em todo o corpo. Porque tudo parecia ter sido ensaiado.Ou será improvisado? Ela havia esquecido as falas, mas também pudera, com um belo par de olhos debruçados sobre os seus. E então ambos se fecharam.Quanto tempo ficaram, assim? Gostaria de poder ter cronometrado, ou poderia ter pausado? Não, quis deixar correr. Não sabe de onde, e nem porque, sentiu batidas frenéticas de asinhas, coloridas, e rapidamente, dentro do próprio estômago. Seriam as tais borboletas? E então, desencadeou uma pulsação desconhecida dentro do corpo. O coração parecia estar correndo em direção a boca. E agora? Sairia correndo, é claro.Ah, tola! As pernas ameaçaram sair do lugar, o máximo que fizeram foram mudar de posição. E quando se deu conta, estava mais do que próxima.E as mãos por onde andavam? Surpreendeu-se ao vê-las dançando descompassadamente pelos outros cinco dedos gélidos que as envolviam, em uma canção desconhecida. Mas boa, muito boa por sinal. Arriscou abrir os olhos,tarde demais. Os lábios colavam-se, uns contra os outros. Parecia eterno, seria? O mundo girou maravilhosamente, mais do que devagar. Não havia parado? Será possível? Ah, então deveria ter pausado aí. Neste exato momento.Esqueceu-se. Não sabia o que havia lhe passado. Quanto tempo permaneceu. Com os olhos ainda fixados nos mesmos lábios, que murmuram um "boa-noite". Boa? Noite? Ah, é claro. Estava durante a noite. Bateu a porta com delicadeza. O som do carro, completou a noite. Os passos para o quarto, o chão parecia estar enfeitado de nuvens. E as estrelas salpicavam o céu, um belo céu azul. Azul ou preto? Talvez azul-marinho. A mesma cor dos sapatos.Mas a noite era ótima, não boa. Afinal, não se precisaria desejar-lhe "boa-noite" durante muitos dias.
Ela revivia o momento, novamente. Enésima vez? Parecia que ainda estava na primeira. Perdeu a conta. O corpo estava na mesma posição. Fechou os olhos, mas nem percebera.Os pensamentos a embriagavam, não mais do que o perfume que a acompanhou por quase uma noite toda. Com os sapatos enfeitando-lhe os pés, deixou-se vencer pelo sono.Sonhos? Mas não estaria ela sonhando esse tempo todo?      

sábado, março 05, 2011

Tudo bem?




“Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir ,que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, tudo bem”
 Caio Fernando Abreu in Pedras de Calcutá .

quinta-feira, março 03, 2011

Roubei selinhos!

Eu roubei alguns selinhos da minha querida, Helen (http://meninasegredos.blogspot.com). Mas, só porque ela deixou. E então, apresento-vos, minhas fofuras:

   





Obrigada, Helen! E meus queridos seguidores, podem roubar também.
Beeijos, e queijos!

quarta-feira, março 02, 2011

Ternura


"Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias 
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora."

Vinicius de Moraes

sábado, fevereiro 26, 2011

Misturas de lembranças, ao som de Maroon 5.


Hoje qualquer combinação de palavras revelaria meu estado de espírito. Qualquer um veria que meus pés estão à quilômetros do chão. Veria a dança dos meus olhos.Sentiria os minúsculos corações tingidos de vermelho, púrpura rodopiando, bailando em meio aos meus fios de cabelo.Qualquer um concordaria que hoje não devo misturar palavras, ou coloca-las em ordem. Hoje, devo ouvir só essa música. Colocar as imagens em ordem, fechar os olhos com força. Alimentar-me das lembranças, que infelizmente já são passado.Mesmo que não muito distante. Transformo tudo, tudinho, em presente. Já ouço as vozes, e os sussurros, sinto os mesmos gostos, e a mesma alegria. Sinto o toque, e inalo o vento. Mas, eu sei que na verdade estou fitando o teto do meu quarto, paralisada. E repetindo baixinho: "and she will be loved". Pela milionésima vez. 

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Amontoado de coisas


Sem nenhuma razão aparente, volto a dançar por aqui. Desajeitada. Piso nos meus próprios pés.Rodopio até sentir meus pensamentos embrulhados, todos os fatos de trás para frente. Paro quando a música acaba, aperto play. Embalo novamente,os sonhos parecem distantes e obscuros, como o céu durante a noite. Sinto que talvez as estrelas tenham brilho demais pra mim, e que a lua nunca será nosso palco, e nem dançaremos juntos. Eu já não sei que sensação deve ser esta, qual minha posição sobre os pensamentos.Ah, meu Deus! Seria demais dar-me um pouco de ousadia para organizar as coisas? Porque tudo está tão misturado, e complicado. Adoraria colocar um pouco mais de cor em cada lugar. Adoraria poder acordar em um lugar mais agradável. Sinto muito, por não poder fazer nada. Eu sinto muito por assistir, mesmo que não saiba, eu vejo. Tudo. Os mínimos detalhes, com direito a comentários nada agradáveis sobre a cena. As minhas mãos estão atadas. Por que o mundo que pertence tem tantas divergências? Por que não se pode mudar nada? Eu sei as coisas ainda podem piorar. Resta-me suplicar baixinho, mover os lábios silenciosamente, implorar pela melhor das opções.Porém, apesar das circunstâncias, de todos os meus monólogos mentais, de todas as lutas travadas pela minha razão, e as supostas conclusões negativas provindas das minhas inevitáveis observações silenciosas e imperceptíveis, quero que saiba que nada vai se modificar em mim. Nada. Digo com toda a certeza que eu sou capaz de afirmar, tudo permanecerá intacto. E ainda ouvirei a esperança, vez ou outra sussurrar, que tudo pode mudar, basta que acreditemos. Por mais que minha fé esteja abalada. Por mais que meus princípios forem contestados, e por mais solitário que meu coração estiver. Não me importa nada. Permanecerá intacto. 
Ah, adoraria poder redigir palavras mais eufóricas, esperançosas, motivantes, alegres, coloridas. Eu sinto muito, mas não há como me esconder, afinal minhas palavras são a minha verdadeira imagem no espelho. Onde se reflete não minha imagem, mas minha alma.É o único lugar, onde não finjo sorrisos, e não há paredes de falsidade. Ah, sinto muito. Eu queria poder mudar as coisas, fazer que tudo se ajeitasse da melhor maneira possível. Ah, como queria.


"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver .Sôfrego, torno a anexar a mim esse monólogo rebelde, essa aceitação ingênua de quem não sabe que viver é, constantemente, construir, não derrubar. De quem não sabe que esse prolongado construir implica em erros, e saber viver implica em não valorizar esses erros, ou suavizá-los, distorcê-los ou mesmo eliminá-los para que o restante da construção não seja abalado”
Caio Fernando Abreu .

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada. Daqui há pouco você vai crescer e achar tudo isso ridículo. Antes que tudo se perca, enquanto ainda posso dizer sim, por favor, chegue mais perto"
Caio Fernando Abreu. 

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Happy Valentine's day.

Dear brasilians, who like me are crazy about England or USA, something about english, or for everybody, let's celebrate, together this day. Invite the love to see a move, or give a message for he, or she. For who makes your world turns slowier. Look at the eyes, hold close. And make it, tomorrow, and tomorrow. Don't say, a simple I love you, and make everything  the contrary. It was that.







Kisses, hugs, and little hearts flying.