terça-feira, março 29, 2011

Pode ser...


Pode ser o céu, ou talvez só o tempo. Pode ser a prova, ou as quatro horas que fitei milhões de palavras, e quase arranquei meus cabelos. Pode ser a bronca que recebi como resposta ao meu bom-dia.Pode ser o café, ou a barra de cereal, pode ser a interminável tarefa, pode ser a preocupação. Pode ser a música, ou a voz do cantor. Pode ser a beleza da garota do clip, com o belo par de óculos, e olhos azuis, com nariz definido e cabelo mais do que liso, que me passa a estranha sensação de que estão cheirosos. Pode ser a inércia da minha vida, pode ser a roupa, as vozes, as minhas obrigações. Pode ser esta cidade. Pode ser o cheiro, ou o que tem mistura pro jantar. Pode ser meu celular, ou sei lá o que.Pode ser esse sermão.Pode ser a crítica em tudo que faço, e que acaba me fazendo triste, e me envergonha, tentando mudar meu jeito de ser. Pode ser tanta coisa, e pode ser nada. Eu só acordei assim, e meu dia terrível, contribuiu para o sumiço da minha voz. Enterrada no fundo do peito, ou estampada entre os lábios, mas que não sai. Fica aqui, ou lá. Muda. E eu não sinto falta, não mesmo. Eu só não quero me olhar no espelho. Cansei de ficar vendo meus defeitos. Deixe-os aqui. E só me restam, minúsculos dias, não tem como fugir do que me aguarda. Não estou afim de outro sermão às seis da manhã. O fato é, estou cansada de sempre a mesma coisa. E então querida vida, pegue me nas mãos, sujas, e grandes. Sou um fantoche do meu destino. Rendo-me, estou aqui, abraçada aos joelhos, e segurando lágrimas.Fingindo esse sorrisos, e irradiando felicidade fajuta.

sexta-feira, março 25, 2011

Quem sabe seja só um gosto nostálgico.


E eu não sei o porquê, mas me bateu uma sensação estranha. Cansaço? Ou será tristeza mesmo? Eu achei que já estava acostumada a milhões de sentimentos, todos juntos, misturados, e incompreensíveis. Achei que já tinha aprendido a lidar comigo, a me entender. Achei que isso não voltaria mais. Engano meu. Completamente enganada. Uma dúzia de palavras, sarcásticos sorrisos, falta de respostas, ausência, dia diferente do que eu estou acostumada. Talvez, falta do que eu já não sei o que é não ter. Ah, droga de esperança. E então, pronto. milhões de lembranças doem,e nem são tão antigas assim. Mas, então por que parecem tão solitárias e distantes? Insignificantes? Talvez, seja só um pouco de nostalgia. Eu não sei o que é. Não sei mesmo. Sei que estou sentindo que minha alegria está se esvaindo. E então o tempo corre, matando minhas esperanças. Odeio sumiço repentino. Irônico, as horas se arrastaram durante o tempo que tive vago, e agora, por que apertaram o passo? Acho que foi de propósito. Quem sabe, talvez tenha sido bom! Amanda, aprenda de uma vez por todas. É o que os fatos, todos juntos, e sincronizados, parecem sussurrar em coro. Juntamente com o espelho que me aponta todos os defeitos, interiores e exteriores. Por que? São tantos os "porques" que eu tenho em mente agora. Os meus olhos já penicam.Tento guardar as lágrimas. Não é uma boa hora para se afogar nelas. Mas tudo é tão sufocante, e terrível. Odeio quando perco de vista. Odeio quando meus olhos não encontram. Por que? Dia ruim? Eu também tive. E ele demora ainda pra acabar. Solidão, completa. Nada a declarar. Jogo de palavras, perdidas e mudas. Assim como os lábios que sumiram. Devia já ter me acostumado  com tais. É tão parte do pacote. Mas, mesmo assim, me preocupa, me abate, e acarreta isso tudo aí, desenhado e colorido de preto e branco, contornado de cinza fraco. Droga, eu já devia ter me acostumado.O fim é sempre o mesmo.O medo, com voz fininha, grita "mas e se você se acostumar, e o fim for outro?" É, não sei de nada. E amanhã, não vai ser como sempre, assim como hoje. Isso, fim das esperanças. Tempo esgotado, morte de todas elas. Me resta tomar banho, e me desligar daqui, me esconder nos meus livros, fugir de música, encher a cabeça com outras coisas. Mesmo sabendo ser impossível. Mais uma súplica, querido ser, acabe de uma vez por todas com essa sensação tenebrosa, e arrepiante. Exatamente do jeito que sabes, infelizmente, é o único ser, que sabe como.

quarta-feira, março 23, 2011

Mais conhecida como inveja...


Porque não importa onde você esteja, sempre vai haver alguém que gostaria de estar no seu lugar.

You might feel better!




Você alguma vez dançou
Na chuva ou agradeceu o sol
Apenas por brilhar
Apenas por brilhar, ou o mar?
Oh não, você levou isso tudo
No mundo é um show e é
Você parece muito melhor
Parece muito melhor, quando você brilha.

Sister Hazel




"Pense antes de falar, há coisas que não mudam só porque você pede desculpas"
Charles Chaplin

quinta-feira, março 17, 2011

Eu, assassina.

Arrasto-me, esfrego meus pés ao chão, o barulho penetra-me nos ossos. Sinto a adrenalina esvaindo-se pelos poros, juntamente com o suor, que cola a blusa branca ao meu corpo, escorre pelas pontas dos dedos.Os olhos pesados, quase colados, os lábios mudos e perdidos. Exteriormente.Ah, ninguém pudera ver-me interiormente.O sangue bailava pelas veias azuis ou verdes, mergulhando-se e impregnando a vermelhidão por todos os dedos, ao longo do corpo.O riso tocava ao fundo, a um som de vitória que tinia, uma melodia orgulhosa.Sentia meu ser vivo, com o seio palpitando alegria. Caminhava entre os órgãos as lembranças, o momento em que apertei o gatilho, e quando enterrei a faca em meio ao peito numeroso. Os meus olhos brilhavam, a medida que os dela se fechavam, cansados, e as pálpebras iam se colando. Ah, o meu riso iluminou a escuridão, e o último sopro de ar saiu pelos lábios mudos, e enfeitado com as quatro operações. E então, desmontou-se totalmente. Jogados foram ao chão, números e mais números, uns empilhados sobre os outros, depois vieram os sinais, misturados com os inteiros, os reais, e tantos outros.Em meio a tudo isso perdeu-se o ciclo trigonométrico, com todos os senhores Senos, Cossenos e amante deles, senhora Tangente, e os respectivos filhos, ângulos em suas respectivas moradias, bairros, ou melhor quadrantes. Como a ordinária, e velha rabugenta Matemática, conseguia guardar tanta coisa? O fato é guardava, agora não passa de um amontoado de números perdidos, e outras coisas insignificantes.
Diante do tribunal, aguardo minha sentença. Sem arrependimento algum.Os meus olhos abrilhantam uma maldade, do bem. Afinal, fora um bem, comum. Perdoem-me caros entes queridos dessa antiga assombração,amantes compulsivos de números, e suas contas incompreensíveis, que antes, durante muitos e muitos dias queimaram meus crânio, perfumando meus fios de cabelos com cheiro de queimado.Que arrancou meu sono, com os olhos abertos, e imaginando como conseguiria manipular minha atenção, e trapacear minha nota.Não importa mais, eu consegui. Assassinei a matemática. Eternamente morta, enterrada em algum lugar. Não muito longe, mas onde as palavras estão vestidas de princesas, e a Língua Portuguesa é rainha, e vive aos cuidados de escravas negras, a ortografia e a gramática. Lá está a velha Matemática, morta,coberta de flores vermelhas,e brancas pintadas com o marrom da terra. O cadáver branco e gélido, é motivo de riso para todos. Inclusive à mim.

terça-feira, março 15, 2011

Selinho.

Recebi esse selinho lindo da linda Helen do blog Menina Segredos (http://meninasegredos.blogspot.com/).
Obrigada, de coração.


REGRAS:
1. Me conte um segredo: 
Adoro tomar banho e take a nap com o rádio ligado.

2. O que é valioso pra você:
Deus, minha família, amigos,meu diário, a biblioteca da escola.

3. Escreva uma frase:
"Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela" Charles Chaplin

4. Dedique àqueles que sempre comentam nos posts:
Ah, eu vou dedicar à todos que dançam por aqui. Ou não. Aos meus seguidores. Todos eles, aos que comentam ou não. Sintam-se a vontade para tomarem posse.

BEIJO,BEIJO!

segunda-feira, março 07, 2011

Devaneio 1001





O cabelo escorria-lhe pelas costas, os fios castanhos quase encaracolados ofuscavam a luz amarela, que fraquinha iluminava o chão o quarto. O corpo permanecia imóvel, os olhos pregados. Sentia o sangue correndo-lhe nas veias.Então, o riso veio pintar-lhe a face. Pôs-se a conter a lágrima, mas ela sempre soube que esse era um trabalho involuntário do corpo.Os dedos contornavam os lábios superiores, enquanto os dentes superiores, marcavam os inferiores. Essa troca de inferiores, a fez lembrar da mistura de vozes, e os olhares sentidos. De súbito, queria levantar-se dali, e correr contra o tempo. Quem sabe ainda não poderia reviver tudo outra vez? Lá fora a chuva caía dolorosamente. Era quase possível sentir as gotículas tocar-lhe a pele. Mas, ela não sentia mais nada, além do gosto que ficara em todo o corpo. Porque tudo parecia ter sido ensaiado.Ou será improvisado? Ela havia esquecido as falas, mas também pudera, com um belo par de olhos debruçados sobre os seus. E então ambos se fecharam.Quanto tempo ficaram, assim? Gostaria de poder ter cronometrado, ou poderia ter pausado? Não, quis deixar correr. Não sabe de onde, e nem porque, sentiu batidas frenéticas de asinhas, coloridas, e rapidamente, dentro do próprio estômago. Seriam as tais borboletas? E então, desencadeou uma pulsação desconhecida dentro do corpo. O coração parecia estar correndo em direção a boca. E agora? Sairia correndo, é claro.Ah, tola! As pernas ameaçaram sair do lugar, o máximo que fizeram foram mudar de posição. E quando se deu conta, estava mais do que próxima.E as mãos por onde andavam? Surpreendeu-se ao vê-las dançando descompassadamente pelos outros cinco dedos gélidos que as envolviam, em uma canção desconhecida. Mas boa, muito boa por sinal. Arriscou abrir os olhos,tarde demais. Os lábios colavam-se, uns contra os outros. Parecia eterno, seria? O mundo girou maravilhosamente, mais do que devagar. Não havia parado? Será possível? Ah, então deveria ter pausado aí. Neste exato momento.Esqueceu-se. Não sabia o que havia lhe passado. Quanto tempo permaneceu. Com os olhos ainda fixados nos mesmos lábios, que murmuram um "boa-noite". Boa? Noite? Ah, é claro. Estava durante a noite. Bateu a porta com delicadeza. O som do carro, completou a noite. Os passos para o quarto, o chão parecia estar enfeitado de nuvens. E as estrelas salpicavam o céu, um belo céu azul. Azul ou preto? Talvez azul-marinho. A mesma cor dos sapatos.Mas a noite era ótima, não boa. Afinal, não se precisaria desejar-lhe "boa-noite" durante muitos dias.
Ela revivia o momento, novamente. Enésima vez? Parecia que ainda estava na primeira. Perdeu a conta. O corpo estava na mesma posição. Fechou os olhos, mas nem percebera.Os pensamentos a embriagavam, não mais do que o perfume que a acompanhou por quase uma noite toda. Com os sapatos enfeitando-lhe os pés, deixou-se vencer pelo sono.Sonhos? Mas não estaria ela sonhando esse tempo todo?      

sábado, março 05, 2011

Tudo bem?




“Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir ,que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, tudo bem”
 Caio Fernando Abreu in Pedras de Calcutá .

quinta-feira, março 03, 2011

Roubei selinhos!

Eu roubei alguns selinhos da minha querida, Helen (http://meninasegredos.blogspot.com). Mas, só porque ela deixou. E então, apresento-vos, minhas fofuras:

   





Obrigada, Helen! E meus queridos seguidores, podem roubar também.
Beeijos, e queijos!

quarta-feira, março 02, 2011

Ternura


"Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias 
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora."

Vinicius de Moraes