segunda-feira, novembro 15, 2010

E a vida recomeçou.Até agora, nem tudo.

Ah, é bom estar de volta. Eu já tinha me esquecido o significado da palavra viajar.É bom pegar a estrada, observar cada folha verde que te cumprimenta, e acaba ficando pra trás, que contrasta com o céu azul, e o MP3, toca sua música predileta. A sensação de que nunca vai chegar, e se chegar como vai ser? O fato de cair no sono, e quando acorda a impressão de que ainda está no mesmo lugar.Mas, de repente, quando você menos espera, num passe de mágica, já chegou. A cidade sorri pra você, enquanto você abraça as pessoas que ama. A partir desse momento, o tempo corre contra você, e a você tenta aproveitar cada segundo. É incrível conhecer lugares novos, respirar um ar desconhecido, se sentir em casa.É bom sair pra conhecer a cidade, é tudo diferente, mas você consegue encontrar seu sorvete preferido, em meio aquela multidão de sensações boas, mas que você desconhece. Mas, há uma coisa que você deixou pra trás, mas que te acompanha. Há pessoas que ficaram aqui. Que você não pode levar, mas que está no seu pensamento, na sua pulsação, em cada sorriso, em cada olhar, em cada silêncio. Mesmo não estando na sua cama, você está com seu travesseiro,com seu cobertor, e com os mesmos sonhos surreais e perfeitos. São aquelas pessoas - ou aquela pessoa, se preferir- que faria cada momento melhor, que te acompanharia, quando se sentisse sozinha, em meio a casais e crianças correndo. Que te abraçaria se sentisse frio. Que tornaria perfeito cada lugar que você vê, fazendo da cena um cenário incrível para uma fotografia sem propósito algum. Mas, você não pode levá-las. Elas só acompanham seus pensamentos e sonhos. E você fica imaginando - feito idiota- como seria se elas pudessem estar lá. De qualquer modo, ninguém te limita de sonhar.
Apesar disso, viajar é divertido. Até a hora de voltar. Você é obrigada a dizer adeus. Abraçar forte, e segurar uma lágrima que teima a molhar os olhos e distorcer a visão. Promessas de estarmos juntos de novo daqui há alguns meses, não adiantam de nada, o gosto amargo na boca, tornam o momento mais chato, e triste. Eu, particularmente, odeio despedidas. Independente de quais, todas, aquelas que você sabe que são pra sempre, costumam serem mais doloridas, aquelas que você sabe que são por tempo indeterminado, aquelas que duram até o próximo mês ou ano, aquelas em que duram só uma noite, mas mesmo assim doem. Todas machucam, martelam o coração, a saudade não se importa de nos acompanhar. E fazer questão de nos informar que veio pra ficar. Então, você volta, e seu quarto se encontra intacto, como você o deixou. A mochila te esperando, o dever te chamando, a escola te aguardando, enquanto o vestibular volta a te assombrar. Bem vinda a vida. Ela recomeçou. Droga. Mas, a pior parte, é quando nem tudo volta ao mesmo tempo. Há pessoas que não estão te esperando no portão de casa, onde você amaria que estivesse. Você não pode abraça-las e dizer o quanto fizeram- fez- falta.Não pode. Elas estão te esperando em um portão nostálgico, que te convidam a entrar em algum lugar chamado saudade. Pelo menos até o próximo dia. Você, pelo menos espera.

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