segunda-feira, janeiro 10, 2011

Chuva e recordações.



Eu simplesmente adoro chuva. Adoro ouvir o barulho das gotículas tocarem o chão cuidadosamente. Adoro sentir o perfume que só a chuva tem.E como ela me encoraja a escrever. Trazem minha inspiração como um feixe de luz aos meus olhos. Um abraço apertado para minha solidão. E  nesse momento, quando olho pra trás, repasso lentamente algumas folhas já amareladas, os sonhos que pensei que conquistaria, os tombos que nem imaginei, os sorrisos que dei, as lágrimas derramadas, os pensamentos calados, o silêncio da nossa alma, cada momento que foi intenso naquele exato instante, e que agora, não tem mais tamanho efeito. Pessoas que deixei ir,outras que foram sem minha permissão, outras que se foram devagarinho e pessoas que chegaram sem pedir. Os poucos abraços que dei, e os muito que desejei. A ausência de alguém que não imaginava que sentiria tanto. Cada silêncio que perfurou, e cada silêncio que não permitiria tantos estragos. Foram tantos os momentos e segundos que passei, e agora são só recordações.A minha vida é cheia de recordações, entre as melhores, e as piores. Aquelas que mesmo que não queira, ainda estão bem aqui dentro, mesmo que adormecidas. Aquelas que agora, ao vê-las novamente, um sorriso me encontra. Cada momento que vivi, e que agora ainda vivo. Porque as recordações, não se  apagam. Não há borracha apropriada. Apenas o tempo. Ah, o tempo. Sim, o único com o poder de apagá-las. Simplesmente, o tempo vem, vagarosamente, e leva embora, as minhas recordações. Aquelas que eu não me importava mais, mas que estavam ali. E automaticamente, são trocadas, por outras. Melhores ou piores. Mais recentes, é claro. Como se pode ver, assim como eu, a minha vida, a sua, de todo o mundo, é movida de recordações. Cada um tem sua história escrita, ora escrita por você mesmo, com a sua própria letra, ora escrita por quem você permitiu que faça parte dela. E a única coisa que se sabe ao certo, é o que você já escreveu, o que se passou. E que embora, o tempo se encarregue de deixar as folhas amareladas, e tirá-las da sua mente, todas as suas recordações, estarão sempre ali. Escritas, ou desenhadas. E quando sentir saudade de alguma delas, basta revirar as folhas. Estarão ali.

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